Câmara Municipal de Mogi das Cruzes

Câmara de Mogi aprova Moção contra pedágios

A Câmara - 04/11/2025

A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes aprovou, em sessão ordinária nesta terça-feira, 4, a Moção nº 202/2025, que manifesta oposição à implantação de praças de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98). A propositura, de autoria da totalidade dos vereadores, expressa a preocupação da Casa de Leis com os impactos da medida para a população mogiana.

Aprovada por unanimidade, a Moção de Apelo será direcionada ao governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), e à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

Segundo os parlamentares, a medida vem trazendo ampla preocupação e insatisfação entre os moradores de Mogi das Cruzes e Região, uma vez que tais rodovias são de uso cotidiano, utilizadas por trabalhadores, estudantes, comerciantes e prestadores de serviços que dependem do deslocamento diário para municípios vizinhos.

Adicionalmente, a Moção também contempla uma alternativa, caso a reavaliação não seja possível. "Na eventual impossibilidade de cancelamento da medida, esta Casa de Leis solicita, de forma enfática, que seja garantida a isenção integral da tarifa aos veículos registrados no município, aos residentes de Mogi, bem como aos que comprovem atividade profissional permanente em nossa Cidade, de modo a mitigar os prejuízos diretos à população local".

A Moção será encaminhada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), à prefeita de Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli (PL), ao vice-prefeito, Téo Cusatis, e aos deputados estaduais André do Prado (PL), presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), e Marcos Damásio (PL).

Mauro Araújo (MDB) disse que foi uma tarde histórica. “Tenho 20 anos de Câmara e não me lembro de ter ocorrido um ato de desagravo como o de hoje. O Governo do Estado de São Paulo está intransigente. Amigos do condomínio Monterey estão se sentindo ilhados. Eles não têm como sair de casa sem pagar pedágio. Ali, não há comércios próximos e gastam mais com o pedágio do que com o pãozinho do café da manhã”.

Maurinho do Despachante (PRD) disse que o governador sequer escuta as reivindicações da população. “O governador não quer nem receber Mogi das Cruzes. As eleições estão batendo na porta. Tarcísio precisa entender que Mogi das Cruzes merece respeito. Isentar a população mogiana é o mínimo”.

Inês Paz (PSOL) chamou o governador de mentiroso. “Não podemos aceitar esse pacote de um forasteiro, que fez uma campanha mentirosa. Ele nos deu de presente três pedágios. A PEC da bandidagem foi derrotada quando o povo foi para a rua. O governador vai sentir a pressão da população. O pedágio é uma exploração do povo”.

Iduigues Martins (PT) também protestou. “O Governo do Estado está privatizando tudo às custas da deterioração dos serviços. Foi assim com a Sabesp e com a CPTM. É um projeto bilionário. Tarcísio está vendendo o estado de São Paulo. Mogi é somente uma das vítimas. A gente está isolado: pagamos pedágio para ir ao Vale do Paraíba, ao Rio de Janeiro, a São Paulo e ao litoral. Cadê o presidente da Alesp, que é da nossa região e é o homem de confiança do governador?”, questionou.

Felipe Lintz (PL) foi mais um a reclamar. “É revoltante pagar dois pedágios.  A questão não é o valor avulso, mas a indignação e o impacto na economia. Um caminhão de empresa ou de produtos agrícolas será cobrado por eixo. Não é justa esta situação, e Tarcísio descumpriu com a sua palavra”.

O vereador professor Edu Ota (Pode) lamentou o descaso do Palácio dos Bandeirantes. “É um absurdo esse pedágio. O governador veio aqui duas vezes neste ano. Pensamos que as coisas mudariam. Estamos todos muito tristes. O governador não se importa com Mogi das Cruzes”.

Rodrigo Romão (PcdoB) usou um nariz de palhaço para protestar na tribuna. “Tarcísio de Freitas, em sua campanha eleitoral, disse que não haveria nenhum pedágio nas nossas rodovias. O Governo do Estado arrecada R$ 610 milhões com Mogi das Cruzes, entre IPVA e ISS. No entanto, vai mandar migalhas de R$ 35 milhões para nossa maternidade”.

Fernanda Moreno (MDB) também lamentou. “Esse é um presente de grego. Estamos desgastados, lutando desde 2021. Embora cansados, não vamos desistir. Por conta da conduta desrespeitosa de Tarcísio, ele coleciona apelidos. São 37 pontos de pedágios em todo território paulista. Não conseguimos mais viajar, nem que seja para perto”.

Pedro Komura (União Brasil) endossou as insatisfações. “A Mogi-Dutra foi feita nos anos 50 com dinheiro da prefeitura da época. Em 1995, sofri um acidente de carro e quase morri na estrada. Então, eu conheço muito bem essa rodovia. Foi uma estrada construída com o suor dos mogianos. No Taboão, há 80 indústrias. Esse pedágio é muito injusto”.

Johnross (PRD) mostrou-se extremamente indignado. “Tenho amigos que levantam de madrugada para ir para roça, seja frio, seja calor. Agora, vão sofrer ainda mais. É muita insensibilidade com os produtores rurais e com os comerciantes”.

Vitor Emori (PL) recordou que a Mogi-Dutra foi aberta somente com dinheiro da Cidade. “Nossa economia está sob ameaça. Dia 1° de novembro será lembrado como o dia da aberração, quando a cobrança foi iniciada. Até na placa de inauguração da rodovia está escrito: esta estrada foi construída graças ao esforço municipal”.

Clodoaldo de Moraes (PL) foi mais um a delatar a falta de abertura do governador para ouvir os pleitos regionais. “Em agosto de 2023, iniciei junto com minha equipe uma campanha de protesto contra o pedágio por toda a Cidade. Juntamos um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas. Então, está mais do que confirmado que os mogianos dizem não ao pedágio. Levamos ao conhecimento do governador. Nada adiantou. Até mesmo na audiência pública que discutiu o assunto não fomos ouvidos. Ninguém me contou. Ele apertou minha mão, olhou nos meus olhos e disse que não haveria pedágio, entre outras promessas. Hoje, eu amargo decepções em relação ao candidato que ajudei a eleger”.

Para Marcos Furlan (Podemos), a cobrança é como um pesadelo. “Infelizmente, hoje estamos discutindo esta questão de pedágios. Nossa Cidade está cortada ao meio. Produtores rurais, comerciantes e pessoas que trabalham em cidades vizinhas estão sofrendo. Tarcísio prometeu que não haveria pedágio. Ele traiu a nossa Cidade”.

Juliano Botelho (PL) endossou as críticas. “A gente grita, grita e grita, mas ninguém escuta. Tarcísio não conhece São Paulo. Quando ele veio para Mogi, usou helicóptero. Não apoiei esse governador, mas votei nele. Tarcísio não tem palavra. Também quero cobrar dos nossos deputados: ano que vem tem eleições e eles estão calados”.

Johnny da Inclusão (Avante) disse que as pessoas com deficiência também serão oneradas. “Agricultores e empresários serão altamente impactados. Pessoas com deficiência física precisam buscar próteses gratuitas em Osasco. Elas precisam fazer a prova e depois retirar os equipamentos. Essas famílias vão sofrer muito”.

Priscila Yamagami (PP) também deixou suas reclamações. “É um dia triste. A luta tem sido longa. Acabamos de sair de uma pandemia e já vamos de novo passar por outras dificuldades. Lamento especialmente pela educação. Isso vai impactar nossos estudantes”.

Otto Rezende (PSD) concordou com os colegas parlamentares. “Está faltando empatia para o governador. Mogi está recebendo pedágio em vicinais, rodovias que ligam praticamente nossos bairros. É lamentável”.

Tonhão de Jundiapeba (PL) lamentou pelos agricultores do bairro Chacareiros. “Sou totalmente contra o pedágio. Tenho pena do pessoal dos Chacareiros que vai levar seus produtos lá no Ceagesp, em São Paulo, todos os dias. A cobrança vai ser por eixo do caminhão. Haverá muitas perdas”.

Bi Gêmeos (PSD) disse temer pelos contratos do transporte escolar. “Ontem, um veículo do Procon pagou o pedágio. Até os carros do transporte escolar público estão sendo cobrados. Não são apenas dois reais”.

Malu Fernandes (PL) pediu mais sensibilidade política. “Os vereadores estão contra o pedágio há anos. Nosso trabalho é muito forte ali na região da divisa. O distanciamento desses moradores será ainda maior com essas tarifas”.

Edson Santos (PSD) cobrou os parlamentares estaduais. “O governador não cumpriu com vários compromissos feitos com a Cidade, como a reabertura do Pronto-Socorro do Luzia de Pinho Melo e o pedágio. Me espanta o silêncio dos deputados da nossa região”.    

O presidente da Casa de Leis, Francimário Vieira Farofa (PL), também se manifestou. “Estamos há três anos trabalhando contra o pedágio. Fico triste com esta situação. O governador sequer nos ouve”.

Ato de repúdio

A sessão ordinária desta terça-feira, 4, foi suspensa a fim de que representantes de Câmaras Municipais de outros municípios também se manifestassem contra a oneração nas travessias rodoviárias.

A presidente da Câmara Municipal de Arujá, Cristiane Araújo Pedro de Oliveira (PSD), conhecida como professora Cris, fez coro às queixas dos vereadores mogianos. “Desde 2021, lutamos contra o pedágio. Arujá terá muitos prejuízos. Usamos a Santa Casa de Mogi, os hospitais daqui, as universidades etc. Tarcísio passou em Arujá, apertou a nossa mão e também prometeu que não haveria pedágios. Estamos decepcionados com a falta de palavra dele”.

Lourenço Junior (Pode), presidente da Câmara Municipal de Salesópolis, foi mais um a falar em protesto. “Salesópolis está sofrendo porque temos microprodutores rurais. Nossa Cidade é a grande caixa d’água do Estado. Nos bairros mais altos, não chega água depois das 19 horas. Não podemos gerar empregos por causa de restrições ambientais. Agora, além de tudo, estaremos sofrendo com esse pedágio”.

O evento contou ainda com o vereador de Salesópolis, Divinei da Silva (PL), com Valterli Martinez, presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista) de Mogi das Cruzes, e com Fábio Dan, presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes.

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